Construindo Uma Memória: (Recomendações de Álbuns) DC Talk

3 de setembro de 2020

(Recomendações de Álbuns) DC Talk - Free At Last [1992]

Alguns álbuns nos seguem aonde estivermos. Alguns deles você escuta pela primeira vez um tempão atrás e, quando pega pra ouvir outra vez, soa tão bom quanto a primeira experiência. Isso é o que o disco Free At Last do DC Talk significa para mim.

A primeira vez que ouvi falar deles foi ali entre 2001 e 2002. Meu irmão fazia parte de um grupo de jovens da nossa igreja local que usava músicas "diferentes" do que geralmente escutamos nos cultos religiosos. Era uma mistura de rap/hip-hop e rock. A única coisa que eu sabia sobre o álbum era uma gravação não-oficial que estava marcada em português como "dois homens de branco e um de preto". A música que mais tocava em casa era "Say The Words", porque ela era relevante pro que quer que aquele grupo estava fazendo, e também a primeira música que lembro ter escutado deles.

Não muito depois destes eventos que falei, descobri que era o álbum Free At Last pelo DC Talk. Este é o terceiro lançamento do grupo. Não muito diferente do seu álbum de lançamento, em 1989, eles fizeram diferença nas igrejas de uma forma geral, por serem "indecentes" para os tradicionais, e "interessantes" para os jovens.

A banda consiste, principalmente, de três caras que, tão irônico quanto a marcação que lembro do álbum, dois rapazes brancos e um negro (tem uma música nomeada neste álbum referenciando isso). São eles Toby Mac, Michael Tait e Kevin Max. Cada um deles possui um estilo diferente na música e, enquanto juntos, fizeram algo único e interessante de se ouvir. Todos eles seguiram carreiras diferentes na música depois que a banda foi colocada em hiato, primeiramente como artistas solo. O único que teve grande nome na carreira solo foi Toby Mac. Michael Tait (que teve a carreira solo mais curta dos três) é muito lembrado por ser o atual vocalista da banda Newsboys, e Kevin Max por ter sido o vocalista no disco King and Queens (2013) do Audio Adrenaline, embora sua carreira solo também seja bem promissora.

O álbum foi nomeado diante da frase final do discurso mais famoso de Martin Luther King, o "Eu Tenho Um Sonho", que é sampleado em algum momento da música de mesmo nome. Como dito anteriormente, os três rapazes na banda têm diferentes influências na música e isso é perceptível enquanto se escuta este álbum de quase 1 hora (ou pouco mais se ouvirmos a edição de 10 anos), com algumas músicas flertando mais com o rock, outras sendo mais hip-hop e outras mais tranquilas. Imaginando essa mistura sem escutar parece muito estranho, mas o resultado final é incrível e, como eu também disse antes, único. O ritmo é contagiante e te convidar a dançar. Bem, algumas igrejas que possuem grupos de dança costumavam usar algumas músicas do grupo por causa da batida e da mensagem que estavam cantando.

O álbum também ganhou alguns prêmios e reconhecimentos, como o Best Rock Gospel Album no 36º Grammy Awards (1993), três músicas ganharam o Dove Awards nas 24ª (1993) e 25ª (1994) edições do evento, e a 9ª posição no The 100 Greatest Albums In Christian Music pela revista CCM Magazine em 2001.

As músicas que mais gosto, conforme elas são tocadas no álbum, são: