26 de outubro de 2018

(SMS) Oficina G3 - Depois da Guerra

Ao fundo:

Junho de 1944, dois garotos sobreolhando
os restos arruinados da vila de Saint Lo, França,
depois da invasão do Dia D da Normandia
Vejo ruínas de uma guerra
Mais uma guerra por nossas mãos
As armas foram as palavras
A vaidade, a motivação

Feridas que sangraram a alma
A fé de muitos se perdeu
Um dia irmãos, hoje inimigos
Matou-se o amor que um dia nos fez um

   Quem vencerá?
   Uma guerra entre irmãos
   Uma guerra perdida
   Quem perderá?
   O povo escolhido
   Um povo ferido

Quebradas foram as alianças
Palavras que trouxeram divisão
Pregadas, cantadas, faladas
Por muitos que diziam ser irmãos

Feridas que sangraram a alma
A fé de muitos se perdeu
Na Cruz o exemplo nos foi dado
Onde ficou o amor que nos fez um?


Apesar das músicas que eu escrevo falarem muito comigo, eu acho legal quando sou "desafiado"  por alguém em cima de uma música. Desta vez quem me trouxe a ideia principal foi meu irmão Matheus, e ele também deu assessoria na produção da imagem. Ele é uma pessoa que de grande inspiração musical para mim. Ele quem plantou a semente da boa música em mim apesar de eu ter seguido rumo diferente do dele, e sempre estamos trocando ideias musicais. 

Engraçado como a perspectiva desta música mudou desde seu lançamento, em 2008. Conhecendo os temas sempre abordados por eles desde seu primeiro disco, em 1990, imaginava-se ser sobre desavenças geradas por diferenças religiosas. Dez anos após o lançamento original dela, como apontado por meu irmão, é claramente nítido que essas desavenças e separações se dão por questões políticas. 

Acompanhando algumas coisas que são colocadas na timeline do Facebook, pessoas admitindo que deixaram de ser amigas uma das outras, falando que realmente criaram brigas com a família e estavam pouco se lixando para isso. E a que fim isso vai chegar? Por acaso seu deus político vai te levar a algum lugar? Ele é salvador do mundo? Ele quem vai cuidar do seu emocional? Ele é seu amigo/familiar que te ouviu nos teus piores dias? Ele é simplesmente mais um gestor neste país. E o amor por PESSOAS? E o se importar com PESSOAS? Os únicos perdedores, no fim, somos você e eu.

A escolha dele é importante? Sim, completamente importante, porém ele não é mais importante do que alguém para sentar, ouvir, falar e tomar um café juntos. 

Mano Brown, famoso rapper integrante do grupo Racionais MC's, neste dia 23 de outubro deu uma palavra em um comício pró-Haddad. Muitos podem dizer que ele humilhou o PT. Eu vejo, assim como meu irmão, por outro lado: ele humilhou o Brasil. Em sua conclusão ele disse que "o que mata a gente é a cegueira e o fanatismo". 

Vejo ruínas de uma guerra. As armas foram as palavras, a vaidade, a motivação.

Deus abençoe o futuro do nosso país, e que o presidente a ser escolhido não acabe com mais laços familiares e de amizade.


Imagem: